sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Muito bem!!!..faço minhas as palavras de meu ilustre parceiro de escrita. Bora recomeçar colocando em prosa, factos e versões, verdades e mentiras, realidades e ficções.

Regresso

Após delicadas e complicadas negociações, os 2 autores deste espaço internético imensamento pouco relevante volta à vida. Esperem publicações geniais e momentos de inspiração fantásticos.

Os autores

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Os cartões amarelos no futebol

Tem coisa mais irritante que um senhor, só porque tem o atributo de ser a autoridade máxima num desafio de futebol, mostrar cartão amarelo apenas para demonstrar que ele que manda?...muitas vezes esse cartão amarelo errado pode virar vermelho se por acaso o mesmo jogador cometer uma infração passível de cartão e como já havia recebido o malfadado, acaba expulso do campo de jogo, prejudicando sua equipa, e o espetáculo em geral. 

Deveria haver também cartões amarelos e vermelhos para os homens do apito, ou se aplicar a mesma regra do futebol americano onde o treinador pode solicitar revisão da decisão dos árbitros e permitir que volte atrás se estiver errado. Teve um caso claríssimo no último domingo em um jogo do campeonato brasileiro onde   um dos jogadores mais badalados do momento era parado somente na base da falta num rodizio de faltosos. Num dado momento este jogador encetou uma jogada desde o seu meio campo, e por ser muito rápido e habilidoso foi escapando de uma série de faltas e numa delas o defensor veio para rachar tendo atingido em cheio fazendo com que o habilidoso jogador caísse rolasse, e mesmo assim conseguiu se levantar, e para espanto geral o energúmeno do apito sorrindo mandou a jogada seguir...o meso habilidoso jogador conseguiu se apoderar da bola e continuou sua marcha para a baliza adversária e perto da grande área foi novamente derrubado de forma bruta e marginal. Desta feita vendo que não tinha o que fazer, o todo poderoso marcou a falta. O jogador se levantou cambaleando e com modos respeitosos se dirigiu ao de preto se queixando das pancadas. Imediatamente e para espanto geral o cartão amarelo foi mostrado a ele. Após continuar apanhando por mais algum tempo com a cumplicidade do dono do apito, em um dado momento foi derrubado numa jogada e quando caía foi atingido deliberadamente pelo jogador adversário com o cotovelo, e instintivamente teve um movimento meio de proteção meio de agressão, e imediatamente, novamente com sorriso largo no rosto o poderoso do apito, lhe mostrou diretamente o vermelho e para o verdadeiro agressor uma palmadinha nas costas. Este é apenas um exemplo dos muitos, mas mesmo muitos que acontecem por aqui. Se observa muitas vezes que certos árbitros são nomeados para certos encontros, onde certas equipas precisam de ajuda. No tennis os jogadores tem 3 desafios por game, no futebol americano os treinadores podem pedir revisão da falta que é feita eletronicamente  . Sabemos perfeitamente que errar é humano. Mas tem aquele árbitro que erra de forma involuntária, discutível porém aceitável, e tem o que erra propositalmente, o que é inaceitável e digno de castigo. Sou a favor da profissionalização dos árbitros de futebol e contra os auxiliares de fundo de campo, e aplicação da eletrônica para ajuda a dirigir um jogo de futebol. Claro que o divertido do futebol é o discutir se foi fora de jogo ou não, penalty ou não, mas seria algo mais justo.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

O campo do seminário

Metade dos anos 70. Estávamos no início dos nossos chamados anos "teen"  e se queríamos jogar futebol as opções existentes na época na nossa querida Ilha Terceira eram muito poucas. Em Angra fora os campos alcatroados do Liceu, o da Escola Industrial (terra com erva) , e o municipal de Angra (terra e pedrinha miúda que magoava) e se o zelador do campo não nos pegava e mandava embora aos berros, onde íamos parar ao relvão que era opção mas não tinha balizas, que eram normalmente marcadas com os sapatos, papelão, ou pedras que estivessem a mão. Mas havia uma opção que ficava bem mais perto de casa que era o campo do seminário. O Seminário era e é por assim dizer a Faculdade dos padres, e na época tinha bastante frequência. É um edifício grande, e com bastante espaço físico, localizado numa área nobre do centro da cidade, e nesse espaço físico existiam dois campos de futebol e um outro espaço para basquete e andebol. Os campos de futebol claro que estavam longe de terem as medidas oficiais, mas um deles era um pouco maior e dava pra jogar 8 contra oito, contando os guarda-redes. Claro que a entrada normalmente não era permitida a estranhos, mas algumas vezes os administradores fechavam os olhos e outras entravamos pelos muros. O piso desse campo era de terra com areia fina e pedrinhas, similar ao do campo de jogos da cidade e as balizas eram formadas de apenas três tubos pintados na cor castanha formando as duas barras laterais e o travessão. As linhas de campo eram feitas arrastando um pedaço de pau. formando um sulco no solo. Ali comecei meu trinamento mais a sério para guarda-redes. Ia eu e o João Santos (excelente meia armador, jogava muito bem com os dois pés, não foi a profissional por ter problemas no coração e ser asmático). Chegávamos do Liceu, e como morávamos perto um do outro e perto do Seminário, largávamos os livros em cima de qualquer lugar da casa, vestíamos o equipamento ( no meu caso como era praxe na época nos guarda-redes, camisola de  manga comprida, cotoveleiras e joelheiras e luvas que eram muito duras) pegávamos a bola e íamos os dois pro Seminário treinar, ele os chutes e eu as defesas. Ficávamos até anoitecer. Muitas vezes os seminaristas nos convidavam pra fazermos uma equipa pra jogar contra eles, aí convidávamos alguns amigos nossos e la disputávamos ardorosos desafios tendo um padre como árbitro ( o que não era muito legal, porque ora errava por desconhecer as regras do jogo, ou sempre era a favor do time da casa). Depois mais pessoas começaram a frequentar o campo e organizamos campeonatos, até que um belo dia, vimos que haviam começado obras para aumentar a altura dos muros, colocação de portões e arame farpado. E assim nosso campo ficou inacessível. Mas ainda ali jogamos 2 a 3 anos, no campo do seminário. Depois ingressei nos juniores do Lusitânia e conseguia treinar mais frequentemente e com orientação.

Fim de Ciclo (1998)


Escrevi este texto há alguns anos, por razão dum pedido amigo para descrever um momento importante na minha vida. Escolhi este mas poderiam ser muitos outros.


'É engraçado, lembro-me de quase todos os pormenores mas não me lembro se estava sol ou não. Era de dia, é a certeza que tenho. Os sonhos que me vou lembrando são iguais, falta luz. Não me lembro dum sonho radioso, com um sol brilhante, mas sempre um lusco-fusco constante. A memória parece que funciona da mesma forma.

Desta forma, desconhecendo a luminosidade do momento, estava eu sentado na esplanada, angustiado, de cerveja na mão, à espera da minha vez. Estava seguro do meu trabalho, do meu esforço de meses, mas é inevitável ter a insegurança de algo acontecer: um cataclismo inesperado, de ter escrito tudo numa linguagem inexplicável, de terem apontado todas a vírgulas fora do sítio, embirrar comigo. Afinal, foi uma decisão minha de ter avançado para a entrega e discussão sem a orientação dum professor. Mas assim era, esta luta constante entre lógica e ilógica, segurança e medo. E o medo prevalecia. Enfim, era necessário defender a minha ideia em pouco menos de uma hora, o verdadeiro teste que me esperava. Três professores virados para mim a discutir algo mais que um simples trabalho, a minha ideia, a minha competência. Não foi um trabalho de anos nem uma luta imensa mas era parte de mim. No fundo sentia que estava a defender o meu carácter perante aqueles três juízes. Mas a lógica dizia que não, é um relatório, apenas e só um relatório. Sempre a dúvida.

Não estava sozinho, o João estava a fazer-me companhia. Era bom rapaz o João, estava no 3ºano, era 4 anos mais novo do que eu. Fomos colegas de grupo em estatística devido ao facto de ter arrastado a cadeira quase até ao fim do meu percurso estudantil. Ouvia as minhas lamúrias e tentava animar-me, assim o fez até chegar o momento de ir para a sala. Nunca lhe agradeci por isso, não por ingratidão mas por só passados anos ter notado o seu gesto, de simples amizade.

Para mim, a ansiedade da véspera é sempre mais intensa que a ocorrência em si. Este foi um momento que reforçou esta ideia. O evento em si foi banal, umas perguntas, umas rasteiras, respostas à altura, umas críticas e passados 20 minutos estava acabado. Não houve glorificações, nem críticas vorazes. Tem piada, após tanta agonia, estando na frente dos professores, a ansiedade parou e estava seguro de mim próprio. Perguntei, na saída, se era suficiente para passar, desconhecendo na altura que teria de esperar uns dias pela sua publicação. Negada a resposta, teria de esperar. Outra vez. Saí da sala enquanto os professores discutiam o meu futuro próximo. Decido ficar um bocadinho no átrio, abre-se a porta, uma professora olha para mim e faz o sinal que estava tudo bem.

Acabou-se. Nesse momento fecha um ciclo da minha vida. Deixo de ser estudante. Com um gesto apenas. O objectivo pelo qual trabalhei tinha sido atingido e a alegria e alívio foram imensos. Celebrei apenas com a minha irmã e meu cunhado. Mas ao mesmo tempo, uma espécie de vazio instalou-se. Por incrível que pareça aquele trabalho fez parte da minha rotina diária durante dois anos e estava acabado, era passado, faz parte duma etapa que terminou. Uma nova vida tinha começado para mim.'

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Opinar sem ver

Opinar sem ver...era assim mesmo. Sempre gostei de esportes em geral, mas em particular de futebol tennis e automobilismo. Mas atendendo ao atraso de desenvolvimento que os Açores tinham em relação ao continente me iniciei nestes esportes como praticante sem nunca ter visto os meus ídolos da época jogando. Falava com emoção de Vitor Damas, Pelé, Platini Sepp Maier, Muller, Bechenbauer , de Carlos Reutmann, Nelson Piquet, Markku Allen Bjorn Borg sem nunca até aquela data ter visto algum deles em ação. Havia algum material na mídia impressa. Meu quarto estava cheio de posteres e de fotos, mas não passavam de imagens paradas. A grande época áurea do Hoquei em patins português com Ramalhete, Rendeiro, Xana, Livramento, Sobrinho e outros. Tudo isso nós  " víamos ouvindo". Era a rádio que nos transmitia a emoção de ver, ouvindo. E depois de ouvir os relatos nos reuníamos nos degraus da Sé, na escola, no liceu no café e discutíamos acaloradamente que este tinha jogado melhor que aquele, que o outro era melhor que este e defendíamos a nossa opinião com a maior ênfase possível como se tivéssemos visto   em pessoa e não fossem imagens transmitidas por narradores. Uns dois anos antes da TV começar a emitir nos Açores algumas lojas de eletrodomésticos, me lembro por exemplo do Adalberto Martins na Rua da Sé, que colocavam na vitrine TVs com vídeo passando imagens a cores do campeonato alemão, com repetições em câmera lenta. Imagens belas e que nos faziam ficar ali sem noção de tempo de boca aberta e olhos arregalados, esperando ansiosamente pela tão falada chegada da televisão as Ilhas que viria a acontecer no dia 10 de agosto de 1975. Finalmente poderíamos ver nossos ídolos ao vivo, porém ainda não a cores o que só veio a acontecer nos anos 80. Que saudade de ouvir varando a madrugada o na época famoso Rally Vinho do Porto contando para o campeonato Mundial de Ralis. O andar das classificativas, resultados, entrevistas...ficava acordado a noite inteira. Os relatos dos campeonatos mundiais e europeus de Hoquei. Os grandes embates Portugal-Espanha. O rádio era nossa televisão.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Título

Meu nobre parceiro blogueiro me mijou devidamente por falta de título no post anterior. Tem toda a razão, minhas sinceras desculpas, tentarei que não se repita mais essa situação tão desagradável.